AUTISMO NÃO É SINÔNIMO DE INFELICIDADE.
O Conselho Regional de Psicologia da Paraíba (CRP-13) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio à declaração recentemente proferida pelo prefeito do município de Pombal-PB, o senhor Abmael de Sousa Lacerda, que afirma que “ter um filho com autismo é uma infelicidade”. Tal afirmação é profundamente equivocada, desrespeitosa e reforça estigmas e preconceitos que há muito tempo lutamos para desconstruir.
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Esse transtorno não define a felicidade ou a infelicidade de uma família. Cada pessoa com autismo possui suas próprias potencialidades, habilidades e desafios, assim como qualquer outra pessoa. A felicidade e a qualidade de vida de uma família não estão condicionadas à presença de uma condição de neurodesenvolvimento, mas sim à forma como essa família é apoiada, incluída e respeitada pela sociedade.
A fala mencionada desconsidera os avanços significativos que foram feitos em termos de inclusão e respeito às pessoas com autismo, bem como o impacto positivo que essas pessoas podem ter em suas famílias e comunidades. É fundamental que as discussões sobre autismo sejam pautadas pelo respeito, pela empatia, conforme orientações científicas e técnicas, tendo em vista, ser o que se espera de um profissional, como também, pelo reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência.
Reiteramos nosso compromisso com a promoção da dignidade, dos direitos humanos e da inclusão social. Continuaremos a lutar contra qualquer forma de discriminação e preconceito, trabalhando para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitosa para todos.
Atenciosamente,
Conselho Regional de Psicologia
