Outubro Rosa: Cuidar da Saúde é para Todas as Pessoas
O mês de outubro é marcado pela campanha de conscientização sobre o câncer de mama, uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. É importante reforçar a importância do rastreio regular para as mulheres cisgênero, que enfrentam barreiras como falta de informação, medo do diagnóstico e dificuldades de acesso a exames, especialmente nas regiões mais vulneráveis. No entanto, a prevenção precisa ser inclusiva e contemplar também pessoas trans e não binárias, que muitas vezes são invisibilizadas nas campanhas de saúde.
Para mulheres cisgênero, a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que a mamografia seja realizada a partir dos 40 anos, podendo ser antecipada dependendo do histórico familiar ou da presença de outros fatores de risco. A conscientização e o diagnóstico precoce são fundamentais para salvar vidas, e a sociedade tem avançado na promoção de políticas públicas que facilitam o acesso ao rastreio.
Entretanto, para a população transmasculina e não binária, o cenário é mais desafiador. Homens trans que não realizaram a mamoplastia masculinizadora, por exemplo, continuam vulneráveis ao câncer de mama e devem realizar a mamografia a partir dos 40 anos. Mesmo aqueles que removeram o tecido mamário precisam estar atentos, já que fatores como histórico familiar e mutações genéticas ainda podem representar risco. Mulheres trans em processo de hormonização também podem apresentar risco, além de maior chance de resultado falso negativo. Contudo, além das barreiras comuns à maioria das mulheres, essas populações enfrentam preconceitos, estigmas e, em muitos casos, recusas de atendimento por parte dos profissionais de saúde.
A falta de sensibilidade e preparo de alguns serviços médicos torna o processo de prevenção ainda mais complicado para pessoas trans e não binárias, que muitas vezes evitam buscar ajuda devido ao medo de discriminação. O Conselho Regional de Psicologia reforça a importância de uma abordagem inclusiva e respeitosa na saúde, para que todos, independentemente de sua identidade de gênero, tenham acesso aos cuidados preventivos necessários.
Para mudar essa realidade, profissionais de saúde, especialmente da psicologia, precisam estar preparadas(es)(os) para lidar com as especificidades de cada pessoa, combatendo o preconceito e acolhendo os corpos pluriversos. Assim, o Outubro Rosa não é apenas uma campanha de conscientização, mas um chamado à equidade no cuidado com a saúde.
Lembre-se: o câncer de mama não escolhe gênero. Se você tem mais de 40 anos ou possui fatores de risco, converse com seu médico ou enfermeiro sobre a importância do rastreio. O diagnóstico precoce salva vidas – cuide de você e incentive outras pessoas a fazerem o mesmo.
Outubro Rosa é para todes. Saúde é um direito e deve ser acessível a todos e todas, sem exceção.